quinta-feira, 24 de novembro de 2011

De olho nele também

Robin Van Persie: começo de temporada perfeito

Atual sétimo colocado na Premier League e líder em seu grupo na UEFA Champions League, o Arsenal almeja um título importante em 2012 e para isso, conta com a excelente fase que o holandês Robin Van Persie se encontra.

Após as saídas de Cesc Fábregas e Samir Nasri para Barcelona e Manchester City respectivamente, o atacante assumiu automáticamente a condição de protagonista do clube londrino e até o momento vem desempenhando o papel com extrema competência.

Os números que Van Persie apresenta nesses três primeiros meses da temporada fazem dele um dos melhores jogadores do mundo, pelo menos moralmente, uma vez que o artilheiro em potencial do campeonato inglês sequer foi relacionado entre os 23 candidatos à Bola de Ouro FIFA deste ano. Um grande erro de observação da entidade responsável pela premiação.

Para se ter uma breve noção do nível de produção deste atleta, o Arsenal marcou 25 gols até agora na Premier League e o atacante foi responsável por 13 deles. Já na UEFA Champions League sua performance em relação ao time é ainda melhor. Persie marcou quatro dos seis gols da equipe na competição continental.

Somando os dois torneios em disputa, o craque holandês possui 17 gols em 18 jogos. Marca espetacular!

E tem gente por aqui que desdenharia se ouvisse de alguém que Robin Van Persie é um dos goleadores mais perigosos do planeta. Falta de informação ou puro bairrismo?

Felipe Reis

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Verdade seja dita

Para quem acha que os grandes campeonatos europeus são monopolizados por um time ou dois em cada país, abaixo está a resposta.

Algumas competições nacionais do Velho Continente realmente possuem poucos clubes campeões em relação ao período que existe. É o caso do Campeonato Português e Espanhol. Porém, não podemos dizer o mesmo do futebol alemão, francês, inglês e italiano.

 

Football League/Premier League:
Início: 1888/1889
N° de campeões: 23 clubes diferentes
Maior campeão: Manchester United - 19 títulos
* A partir da temporada 1992/1993 - ano em que a Premier League foi criada - apenas 4 clubes diferentes foram campeões. 


Campeonato Italiano de Futebol/Calcio Série A
Início: 1898
N° de campeões: 16 clubes diferentes
Maior campeão: Juventus -  27 títulos
* A série A do futebol italiano surgiu na temporada 1929/1930 e partir desta data, 11 clubes  diferentes conquistaram o título da competição.


Campeonato Espanhol de Futebol (La Liga)
Início: 1928/1929
N° de campeões: 9 clubes diferentes
Maior campeão: Real Madrid - 31 títulos


Campeonato Alemão de Futebol/Campeonato Alemão-Ocidental/Bundesliga
Início: 1903/1904
N° de campeões: 39 clubes diferentes
Maior campeão: Bayern de Munique - 22 títulos
* A atual Bundesliga foi criada na temporada 1963/1964 e a partir desta data, 12 clubes diferentes sagraram-se campeões da competição


Campeonato Português de Futebol (Primeira Liga)
Início: 1934/1935
N° de campeões: 5
Maior campeão: Benfica - 32 títulos


Campeonato Francês de Futebol (Ligue 1)
Início: 1932/1933
N° de campeões: 18
Maior campeão: Saint-Étienne

Abaixo, os números do Campeonato Brasileiro. Será mesmo que no Brasil varia tanto de campeão quanto todos acham que acontece? Se você achar que sim, basta responder a seguinte questão: qual o possível décimo oitavo clube que poderá ganhar um título nacional por aqui nos próximos anos?


Taça Brasil/Troféu Roberto Gomes Pedrosa/Campeonato Brasileiro de Futebol
Início: 1959
N° de campeões: 17 clubes diferentes
Maior campeão: Santos F.C. e Palmeiras - 8 títulos
* Em 1971, foi criado o Campeonato Brasileiro e se contabilizarmos as conquistas somente a partir desta data, o maior campeão é o São Paulo F.C. com 6 títulos.


Felipe Reis

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cai mais um sem motivo nenhum

Caio Jr. ainda como técnico do Botafogo
A demissão de Caio Jr. pelo Botafogo mostra o quanto os nossos dirigentes envolvidos com futebol são despreparados para administrar uma instituição.

Apesar das quatro derrotas nas últimas cinco partidas - o que fez o time somar apenas três pontos dos últimos quinze disputados - o treinador vinha de um bom trabalho mesmo com uma equipe "sem banco de reservas" à sua disposição.

Em quinto lugar na tabela e faltando apenas três rodadas para o término do campeonato, o clube carioca pode ter dado adeus até mesmo a uma vaga para Taça Libertadores da América com essa decisão tomada em uma hora tão delicada.

O líder Corinthians é um exemplo de que a manutenção de um técnico, mesmo após alguns tropeços seguidos, pode acarretar em bons resultados a médio ou longo prazo. Ainda que não seja campeão, devemos reconhecer que o alvinegro paulista conduziu bem a situação de Tite quando o time passou por um período de turbulência dentro do Brasileirão.

A diretoria do Botafogo deveria primeiro pensar no elenco que possui e rever as peças de reposição que Caio Jr. tinha para usá-las em uma competição tão longa e acirrada.

Para se ter uma idéia da imprudência dos cartolas botafoguenses, é que caso a equipe carioca termine o Campeonato Brasileiro na posição em que está no momento, este será o melhor desempenho do clube desde 1995. Ano em que venceu o seu único título nacional.

Após sua chegada em março deste ano, Caio Junior comandou o Botafogo em 47 jogos, tendo conquistado 21 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. O aproveitamento do treinador é de cerca de 53,2% dos pontos disputados. 

Posições do Botafogo em campeonatos anteriores:

Campeonato Brasileiro 1996: 17° lugar
Campeonato Brasileiro 1997: 10° lugar
Campeonato Brasileiro 1998: 14° lugar
Campeonato Brasileiro 1999: 14° lugar
Campeonato Brasileiro 2000: 16° lugar
Campeonato Brasileiro 2001: 23° lugar 
Campeonato Brasileiro 2002: 26° lugar (Última posição)
Campeonato Brasileiro 2003: Não disputou
Campeonato Brasileiro 2004: 20° lugar
Campeonato Brasileiro 2005: 9° lugar
Campeonato Brasileiro 2006: 12° lugar
Campeonato Brasileiro 2007: 9° lugar
Campeonato Brasileiro 2008: 7° lugar
Campeonato Brasileiro 2009: 15° lugar
Campeonato Brasileiro 2010: 6° lugar

Felipe Reis

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desmistificando um mito

Ronaldo melhor do mundo por três vezes: merecido?
Desde que foi instituído pela FIFA, em 1991, o prêmio de melhor jogador do mundo já parou por oito vezes  em mãos de cinco brasileiros. Ronaldo é o maior vencedor deles com três troféus em sua galeria pessoal seguido por Ronaldinho Gaúcho com dois. Já Rivaldo, Romário e Kaká tiveram essa honra em apenas uma oportunidade.

O critério principal que o orgão vem utilizando para nomear um determinado atleta como o número 1 do futebol é avaliar como foi seu desempenho na UEFA Champions League, a mais valorizada competição continental que existe. Nada mais justo, uma vez que essa disputa engloba os melhores times da Europa e tem 10 meses de duração.

Apesar disso, o maior torneio do Velho Continente perde seu peso em ano de Copa do Mundo. Algo errado, uma vez que o Mundial é disputado dentro de míseros 30 dias e o suposto candidato ao prêmio só pode jogar no máximo 7 partidas. Muito pouco para merecer esse status.

Enfim, não escrevo esse texto para difamar Ronaldo Fenômeno, mas sempre me indago e aos outros, que se dizem fãs do ex-jogador, se hoje em dia, com essa nova forma de observação da FIFA, o eterno camisa 9 da seleção canarinho teria recebido tantas vezes o título de maior craque do planeta.

Acredito que não!

Pelos números e curiosidades abaixo, poderemos ver que todos os brasileiros já vencedores da premiação  tiveram ótimos desempenhos individuais na história da UEFA Champions League. A exceção é justamente Ronaldo.

Ronaldo "Fenômeno": 

Clubes que defendeu em UEFA Champions League: Internazionale de Milão, Real Madrid e Milan
N° de edições que participou: 7
N° de jogos: 40*
N° de gols: 14*
* Contando fase pré-grupo são 42 jogos e 16 gols.
Curiosidade: No auge de seus 22 anos e defendendo a Internazionale de Milão, Ronaldo disputou 6 jogos na UEFA Champions League da temporada 1998/1999 e teve um desempenho para se esquecer: apenas um gol e substituição em 5 ocasiões. Pelo Real Madrid, o Fenômeno entrou em campo 36 vezes e estufou as redes em 15 oportunidades. Com o time merengue, o resultado mais expressivo que Ronaldo conseguiu, foi chegar até as semi-finais na temporada 2002/2003.

Ronaldinho Gaúcho
Ronaldinho Gaúcho:

Clubes que defendeu em UEFA Champions League: Barcelona e Milan

N° de edições que participou: 6
N° de jogos: 47
N° de gols: 18
Curiosidade: Na temporada 2005-2006, Ronaldinho conduziu o Barcelona ao título da UEFA Champions League sendo o principal jogador e vice-artilheiro da competição com 7 gols.

Rivaldo: 

Rivaldo em 1999
Clubes que defendeu em UEFA Champions League: Barcelona, Milan e Olympiakos

N° de edições que participou: 9
N° de jogos: 73
N° de gols: 27 
Curiosidade: O meia-atacante foi campeão da UEFA Champions League na temporada 2002/2003 marcando dois gols durante a campanha do título. No entanto, Rivaldo era apenas um reserva de luxo e incomodado com isso, logo deixou o clube de Milão. Antes disso, na temporada 1999/2000, o brasileiro havia sido artilheiro da competição continental com 10 gols quando ainda atuava pelo Barcelona.


Kaká: melhor do mundo em 2007
Kaká: (ainda em atividade pela UEFA Champions League)

Clubes que defendeu em UEFA Champions League: Milan e Real Madrid

N° de edições que participou: 8 (contando a temporada atual)
N° de jogos: 70 (até o momento)
N° de gols: 25 (até o momento)
Curiosidade: Kaká foi o único brasileiro a conseguir ser artilheiro e campeão de uma mesma edição de Champions League. Isso ocorreu na temporada 2006/2007 quando levou o clube Rossonero ao título marcando 10 gols.

Romário:  

Romário atuando pelo Barcelona
Clubes que defendeu em UEFA Champions League: PSV Eindhoven e Barcelona
N° de edições que participou: 6
N° de jogos: 32
N° de gols: 20

Curiosidade: Romário foi artilheiro de duas edições de UEFA Champions League (1989/1990 e 1992/1993). Pelo PSV Eindhoven, o baixinho fez 15 gols em 17 jogos. Já no Barcelona, anotou 5 gols em 15 partidas disputadas, sendo também vice-campeão na temporada 1993/1994.

 Ao observar esses dados, muitos irão pelo menos pensar se Ronaldo foi muito mais um jogador de Copas do Mundo do que de clubes. Não é "pegar no pé" de um atleta que já se aposentou e sim mostrar que para ser o melhor do planeta precisa manter boas médias em competições que percorrem pelos meses de toda uma temporada. Essa é a minha política de priorizar quem é melhor ou pior dentro de campo.

Felipe Reis

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A inferioridade de nosso futebol atual

Futebol brasileiro fracassando pela segunda Copa do Mundo consecutiva
Grande parte dos torcedores brasileiros distorcem o assunto, quando ele é voltado para a dúvida sobre a qualidade do nosso campeonato. Poucos conseguem fazer a distinção entre um torneio disputado e outro altamente nivelado.

É muito bom para todos aqueles que assistem o Brasileirão, haver quatro ou cinco times concorrendo ao título até a última rodada, mas isso não indica que a competição possua um ótimo nível técnico.

Em toda discussão de bar, quando a conversa é relacionada a futebol, hora ou outra, o tema é a comparação entre o Campeonato Brasileiro e os demais pelo mundo afora.

Se tomarmos a Liga Espanhola por base, chegaremos a conclusão que Barcelona e Real Madrid realmente são soberanos em relação aos demais clubes de seu país. O que poucos admitem por aqui, é que se jogassem uma competição de pontos corridos no Brasil, dominariam de forma ainda mais avassaladora.

Vamos então a uma demonstração simples de nossa inferioridade, apontando fatos recentes e alguns jogadores que fizeram ou fazem a diferença defendendo grandes clubes dos nossos gramados, mas que no Velho Continente foram ou ainda são pouco utilizados em times, muitas vezes medianos. Os exemplos serão baseados nos últimos três anos.

- Renato vem sendo considerado um dos destaques do Campeonato Brasileiro deste ano. No entanto, o meia foi um reserva de luxo no Sevilla da Espanha na temporada 2010/2011 jogando apenas 12 partidas como titular.

 - Em 2009, Nilmar retornou à Europa como um dos principais atacantes do futebol brasileiro e era constantemente lembrado por Dunga, técnico da seleção na época. Hoje, no modesto Villareal, o atacante continua bem, mas nada que o faça ser mencionado como potencial para um grande time europeu.

Nilmar: pouco reconhecido na Europa
- Pode até ser uma simples opinião, mas um time com Miranda, Diego, Falcão Garcia e Reyes, fatalmente entraria no Campeonato Brasileiro como favorito ao título. Na Espanha, essa equipe, o Atlético de Madrid, é um mero coadjuvante e ocupa apenas a décima posição do campeonato local após 10 rodadas disputadas.

- Mesmo com modestas e rápidas passagens pelo futebol espanhol e grego respectivamente, Loco Abreu tornou-se ídolo no Brasil ao defender o Botafogo e fazer a diferença em diversos jogos do alvinegro carioca.

- Sem mercado na Europa a partir de 2009, Ronaldo retornou ao Brasil para vestir a camisa do Corinthians e com ela virou ídolo do clube com o mínimo de esforço. 

Ronaldo: ídolo com poucos gols
- No Palmeiras, Valdívia é ídolo incontestável mesmo sem jogar. Já na Espanha durante a temporada 2004/2005, o jogador era apenas mais um no Rayo Vallecano. Clube, que na época, disputava a segunda divisão do país.

- Durante sua estadia no Milan, Ronaldinho Gaúcho constantemente se enxergava no banco de reservas e já era peça descartada dentro de nossa seleção. Com o seu regresso ao futebol brasileiro em 2011, o craque logo despontou e voltou a ser o camisa 10 do Brasil nos últimos amistosos.

Ronaldinho Gaúcho: de reserva à camisa 10
- Sem espaço no Manchester City, Robinho teve que voltar ao Santos para tentar sua vaga na seleção que disputaria a Copa de 2010. A tentativa deu certo. No entanto, com a chegada do Mundial, era só questão de tempo para fracassar com a camisa "amarelinha".

- Elano é outro exemplo de insucesso na Europa e destaque por aqui. Após naufragar no Manchester City e não ir tão bem no Galatasaray, o jogador voltou ao Santos e em seu primeiro campeonato, o Paulista, foi artilheiro e campeão. De quebra, ajudou o alvinegro a ser tricampeão da Taça Libertadores da América.

-  A seleção brasileira hoje é reconhecidamente inferior a outros quatro selecionados. Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai são, sabidamente por todos, melhores que o Brasil no futebol atual. Algo que nunca havia acontecido anteriormente.

Conca: o negócio da China
- Se atualmente, a seleção brasileira possui muitos atletas que jogam por aqui, não é porque o nosso futebol está forte e sim pelo fato de que o mercado europeu perdeu muito interesse em nossos jogadores de frente.

- O melhor jogador do último campeonato brasileiro foi Conca. Hoje, o argentino se encontra no longínquo futebol chinês e nenhum clube europeu jamais mostrou interesse pelo meia. 

É evidente que existem outros exemplos que eu poderia citar aqui, mas faria do post algo muito extenso.  Ficam só os casos mais sintomáticos que escancaram a fraqueza momentânea de nosso futebol perante o europeu.

Felipe Reis