sexta-feira, 31 de maio de 2013

Neymar no Barcelona: a prática pode divergir da teoria

Neymar e Messi juntos. O que poderá ser dessa dupla?
E a novela teve o final que todos esperavam: Neymar é o mais novo jogador do Barcelona.

A partir da concretização de sua venda até o começo da temporada européia em Agosto, muito será especulado sobre o que irá ocorrer com o ex-camisa 11 santista defendendo a equipe catalã ao lado de Lionel Messi.

Nos comentários que escutamos pelas ruas e lemos em redes sociais, quase não é mencionada a possibilidade de um fracasso por parte do brasileiro.

Pois isso pode acontecer! Não é bem o que os admiradores do futebol arte querem, mas não é impossível que o maior artilheiro do Santos na era pós-Pelé se torne apenas mais um no clube azul e grená em tempos de Messi.

É compreensível que o povo pense positivo sobre o resultado da fórmula "craque + time espetacular". No entanto, o próprio Barcelona já foi palco de alguns exemplos contrários a esse otimismo.

Em 2002, Juan Román Riquelme aterrisou a cidade espanhola com o status de bicampeão da Libertadores da América pelo Boca Juniors e para ser o cérebro do plantel barcelonista. Falhou! E acabou sendo somente o camisa 10 que preencheu a curta lacuna entre Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

Zlatan Ibrahimovic é outro nome que se enquadra nesse tema. Contratação mais cara da história do clube, o sueco não se adaptou à filosofia imposta por Pep Guardiola e um ano após sua chegada, em 2009, já estava de saída sem deixar muita saudade.

No Real Madrid houveram astros que protagonizaram a mesma decepção. Robinho e Kaká, dois brasileiros que eram as estrelas em suas equipes anteriores, viraram meros coadjuvantes quando vestiram a camisa branca 9 vezes campeã do Velho Continente.

E como se esquecer da nossa seleção brasileira de 2006 com uma constelação de respeito que englobava estrelas como Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Roberto Carlos, Adriano, Robinho e Juninho Pernambucano? O seleto grupo sequer chegou a semi-final da Copa do Mundo daquele ano.

Tem também como deixar de mencionar o ataque rubro-negro formado por Sávio, Romário e Edmundo em 1995? O fracasso do trio foi tão impactante que rendeu até músicas provocativas dos rivais.

Alheio aos lembretes negativos sobre grandes junções individuais atacando para o mesmo lado, devemos crer que Neymar pode sim brilhar em seu novo lar. É só o craque ter a consciência exata de que estará nele para somar e não ser o centro das atenções como era no Santos.

Ao torcedor, resta aguardar a temporada 2013/2014 na Europa começar, para que, com o passar dos jogos, ele possa notar se o grande ídolo nacional do momento deverá ser a nova letra entre tantos R's brasileiros que já foram os melhores do mundo atuando pelo Barcelona.

Felipe Reis

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