domingo, 25 de novembro de 2012

Um tombo inesperado no caminho da Copa

Mano Menezes serviu apenas como um tapa buraco.
A demissão de Mano Menezes do cargo de técnico da seleção brasileira logo após a conquista de um título, ainda que simbólico, só mostrou o quanto a cúpula da CBF está desorientada em relação aos fatos e ao planejamento.

É bem verdade que, o agora ex-treinador canarinho, demorou para achar o time ideal e um estilo de jogo para o selecionado. Outra realidade inevitável de citar foram as derrotas para as grandes potencias do futebol mundial. Argentina duas vezes, França,  Holanda e Alemanha saíram de campo sem saber o que é perder para o Brasil sob seu comando.

Tudo bem, Mano Menezes teve os seus erros sim, mas quem não teve antes? Treinar a seleção brasileira é uma tarefa impossível de agradar à gregos e troianos. Ainda mais quando se tem em mãos uma geração jovem, escassa de talentos ofensivos e com a pressão de ter que conquistar a Copa do Mundo em seu próprio território.

A queda de Mano seria mais compreensível se acontecesse após a fraca campanha na Copa América de 2011 ou até daria para entendê-la se ocorresse em consequência da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres. Mesmo sabendo que nenhum outro treinador brasileiro tinha conquistado o ouro anteriormente nesse evento.

Porém, o que houve foi exatamente o contrário. Deixaram para enforcar o comandante justamente quando este estava conseguindo formar uma base sólida ao conjunto e acabado de levantar um caneco na casa do seu maior rival histórico. Algo totalmente sem nexo e extremamente perigoso para as pretensões verde e amarela no futuro.

Agora, faltando 19 meses para a Copa, a seleção começa do zero e parte para uma busca desenfreada por um técnico.E qualquer que seja o próximo a preencher a vaga, este fará novos testes e implantará um novo conceito. Ou seja, com certeza o personagem da vez também enfrentará a opinião pública.

O pensamento utópico do povo em querer um Brasil jogando bonito sempre, fez Mano perecer.  E a maior ironia é que, uma vez o ex-treinador de Grêmio e Corinthians perecido, ninguém sabe ao certo quem seria o nome ideal para ocupar o espaço deixado por ele.

Trajetória de Mano Menezes sob o comando da Seleção Brasileira:

33 JOGOS - 21 VITÓRIAS - 6 EMPATES - 6 DERROTAS

102 JOGADORES CONVOCADOS

Veja quem pode ser o próximo treinador da seleção brasileira e a opinião deste blogueiro sobre cada um.

Tite, Abel, Pepe, Luxa, Muricy e LFS: próxima vítima ou homem de sorte?
Luiz Felipe Scolari - Apesar de ser um dos responsáveis pelo único título de âmbito nacional do Palmeiras neste século, Felipão também teve um papel, tão importante quanto, no segundo rebaixamento alviverde à série B do Brasileiro neste ano. Seu método de trabalho é ultrapassado e suas últimas passagens em grandes clubes dizem isso por si só.

Tite - O técnico vive um ótimo momento a frente do Corinthians, porém só conseguiu fazer render seu trabalho apenas com a força de um conjunto há muito tempo junto. Na seleção correrá contra o relógio e possivelmente fará testes com outros nomes.

Abel Braga - Abel Braga pode ser um bom nome, mas não é certo que consiga algo extraordinário em tão pouco tempo. Apesar de ser um dos grandes responsáveis pela brilhante campanha do Fluminense no título brasileiro deste ano, o treinador também foi muito contestado por substituições defensivas. Na seleção, atitudes assim ganham uma proporção ainda maior em termos de críticas.

Muricy Ramalho - Muricy é um vencedor nato! Mesmo quando seu trabalho é contestado, costuma contar com a sorte. O que pode pesar contra sua indicação é o tratamento que o treinador geralmente dá à imprensa quando esta faz perguntas que não lhe agradam. Dunga passou por isso.

Vanderley Luxemburgo -  Luxemburgo fez um bom trabalho no Flamengo em 2011 e foi melhor ainda no Grêmio este ano. Apesar disso, não acho que seria a melhor época para o treinador pentacampeão brasileiro comandar a seleção. O seu auge já passou e mesmo quando esteve nele e comandou o selecionado verde e amarelo, não foi tão bem como era esperado.

Pepe Guardiola - Seria um sonho para muitos. No entanto, por ser estrangeiro, Guardiola sofreria não só com as opiniões futebolísticas, mas também bairristas. É preciso saber que o espanhol não faria milagres. Aqui ele não teria Xavi, Iniesta e Messi.

Felipe Reis

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um buraco sem fim

Jogadores palmeirenses após mais um rebaixamento
Quando o Palmeiras faturou o título da Copa do Brasil meses atrás, fiz questão de escrever neste blog sobre a importância daquele momento para o clube e também de destacar que o novo troféu na galeria alviverde não tinha que ser algo esporádico na rotina da instituição. O Palmeiras deveria voltar a pensar como time grande e se acostumar novamente a ser campeão.

O que eu não poderia imaginar é que, quatro meses depois, isso seria o menor dos problemas no Palestra. O clube caiu para a segunda divisão do futebol brasileiro e uma das culpadas por essa queda, por incrível que pareça, foi a ressaca da comemoração pela conquista da principal competição nacional do primeiro semestre.

O Brasileirão ficou em segundo plano e o grupo, deslumbrado pelo primeiro troféu de âmbito nacional no século, amargou seguidas derrotas no campeonato. E Nem mesmo a sequência de insucessos fez o time colocar os pés no chão. Iludido pela boa campanha em uma Copa do Brasil de baixo nível técnico, o elenco pensou que pudesse recuperar os pontos perdidos quando quisesse.

Puro erro! A situação só piorou e o resultado final foi o que aconteceu hoje: o retorno para a série B.

Agora, é pensar no que vem pela frente. E saber que o trabalho para a recuperação deverá ser árduo em 2013.

Ao mesmo tempo em que uma instituição como o Palmeiras não pode se acostumar com rebaixamentos (é o segundo em 10 anos), é preciso ter o conhecimento de que ano que vem tem Libertadores da América e não será permitido lacunas para ilusões com a presença na competição continental. Se priorizá-la sem planejamento, não só cairá cedo nela, como também não voltará à elite do futebol brasileiro em 2014.

Felipe Reis

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Fred: virando mito nas Laranjeiras

Fred: artilharias e títulos com a camisa do Flu
Se teve um atacante que me conquistou, esse jogador se chama Fred.

Admito que demorei para apreciar o ótimo futebol do atual camisa 9 do tricolor carioca,  mas como nenhum comentário de fundo esportivo pode ser definitivo, é por meio deste texto que tento "consertar" a gafe explicando minha antiga opinião sobre o centroavante.

O estilo meio desengonçado de Fred não me convencia nem mesmo com o bom desempenho no Lyon da França, onde chegou a ser vice-artilheiro do campeonato local logo em sua primeira temporada européia.

Não o enxergava com tantos recursos a ponto de ser selecionado para uma Copa do Mundo. Ainda mais como reserva imediato de um Ronaldo em fase decadente e totalmente fora de forma. Ou seja, podendo entrar em campo a qualquer momento.

Enfim, os anos se passaram e minhas críticas foram ficando ainda mais pesadas. Até porque, sua trajetória no país da moda foi regredindo e isso só reforçou minha tese sobre sua capacidade de fazer gols.

Quando chegou ao Fluminense, desdenhei. Jamais poderia imaginar que fosse escrever que em menos de três anos Fred se tornaria um dos maiores e mais importantes jogadores da história do clube carioca.

E não é exagero falar isso!

Salvador da pátria com gols decisivos que ajudaram o time das Laranjeiras a se salvar de um rebaixamento quase que irreversível no Brasileiro de 2009 e um dos  principais (se não for o principal) símbolos da melhor fase de todos os tempos da instituição, o brilhante artilheiro (hoje falo isso de boca cheia) pode sim ser colocado em uma galeria onde já se encontra nomes como Gérson, Carlos Alberto Torres, Rivelino, Castilho, Washington, Assis, Romerito e Renato Gaúcho. E o camisa 9 ainda conta com uma vantagem sobre os demais citados: conquistou mais títulos relevantes com a camisa vermelha, verde e branca.

Sairei um pouco do contexto para dizer que Fred me lembra muito Evair. Aquele mesmo que passou por Palmeiras e Vasco com extremo sucesso nos anos 90. O posicionamento, a friesa e a falsa falta de postura corporal me remete a olhar o atual goleador máximo do campeonato brasileiro de 2012 e me recordar daquele que para mim, foi um dos mais técnicos atacantes de área que o Brasil teve nos últimos 20 anos.


DESEMPENHO DE FRED NOS CAMPEONATOS BRASILEIROS QUE DISPUTOU PELO FLUMINENSE

Brasileiro 2009 - 12 gols - 20 jogos
Brasileiro 2010 - 5 gols - 14 jogos - Campeão Brasileiro
Brasileiro 2011 - 22 gols - 25 jogos - Vice-artilheiro da competição
Brasileiro 2012 (números até a conquista do título) - 19 gols - 26 jogos - Campeão Brasileiro e artilheiro momentâneo da competição

Felipe Reis