terça-feira, 1 de novembro de 2011

A inferioridade de nosso futebol atual

Futebol brasileiro fracassando pela segunda Copa do Mundo consecutiva
Grande parte dos torcedores brasileiros distorcem o assunto, quando ele é voltado para a dúvida sobre a qualidade do nosso campeonato. Poucos conseguem fazer a distinção entre um torneio disputado e outro altamente nivelado.

É muito bom para todos aqueles que assistem o Brasileirão, haver quatro ou cinco times concorrendo ao título até a última rodada, mas isso não indica que a competição possua um ótimo nível técnico.

Em toda discussão de bar, quando a conversa é relacionada a futebol, hora ou outra, o tema é a comparação entre o Campeonato Brasileiro e os demais pelo mundo afora.

Se tomarmos a Liga Espanhola por base, chegaremos a conclusão que Barcelona e Real Madrid realmente são soberanos em relação aos demais clubes de seu país. O que poucos admitem por aqui, é que se jogassem uma competição de pontos corridos no Brasil, dominariam de forma ainda mais avassaladora.

Vamos então a uma demonstração simples de nossa inferioridade, apontando fatos recentes e alguns jogadores que fizeram ou fazem a diferença defendendo grandes clubes dos nossos gramados, mas que no Velho Continente foram ou ainda são pouco utilizados em times, muitas vezes medianos. Os exemplos serão baseados nos últimos três anos.

- Renato vem sendo considerado um dos destaques do Campeonato Brasileiro deste ano. No entanto, o meia foi um reserva de luxo no Sevilla da Espanha na temporada 2010/2011 jogando apenas 12 partidas como titular.

 - Em 2009, Nilmar retornou à Europa como um dos principais atacantes do futebol brasileiro e era constantemente lembrado por Dunga, técnico da seleção na época. Hoje, no modesto Villareal, o atacante continua bem, mas nada que o faça ser mencionado como potencial para um grande time europeu.

Nilmar: pouco reconhecido na Europa
- Pode até ser uma simples opinião, mas um time com Miranda, Diego, Falcão Garcia e Reyes, fatalmente entraria no Campeonato Brasileiro como favorito ao título. Na Espanha, essa equipe, o Atlético de Madrid, é um mero coadjuvante e ocupa apenas a décima posição do campeonato local após 10 rodadas disputadas.

- Mesmo com modestas e rápidas passagens pelo futebol espanhol e grego respectivamente, Loco Abreu tornou-se ídolo no Brasil ao defender o Botafogo e fazer a diferença em diversos jogos do alvinegro carioca.

- Sem mercado na Europa a partir de 2009, Ronaldo retornou ao Brasil para vestir a camisa do Corinthians e com ela virou ídolo do clube com o mínimo de esforço. 

Ronaldo: ídolo com poucos gols
- No Palmeiras, Valdívia é ídolo incontestável mesmo sem jogar. Já na Espanha durante a temporada 2004/2005, o jogador era apenas mais um no Rayo Vallecano. Clube, que na época, disputava a segunda divisão do país.

- Durante sua estadia no Milan, Ronaldinho Gaúcho constantemente se enxergava no banco de reservas e já era peça descartada dentro de nossa seleção. Com o seu regresso ao futebol brasileiro em 2011, o craque logo despontou e voltou a ser o camisa 10 do Brasil nos últimos amistosos.

Ronaldinho Gaúcho: de reserva à camisa 10
- Sem espaço no Manchester City, Robinho teve que voltar ao Santos para tentar sua vaga na seleção que disputaria a Copa de 2010. A tentativa deu certo. No entanto, com a chegada do Mundial, era só questão de tempo para fracassar com a camisa "amarelinha".

- Elano é outro exemplo de insucesso na Europa e destaque por aqui. Após naufragar no Manchester City e não ir tão bem no Galatasaray, o jogador voltou ao Santos e em seu primeiro campeonato, o Paulista, foi artilheiro e campeão. De quebra, ajudou o alvinegro a ser tricampeão da Taça Libertadores da América.

-  A seleção brasileira hoje é reconhecidamente inferior a outros quatro selecionados. Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai são, sabidamente por todos, melhores que o Brasil no futebol atual. Algo que nunca havia acontecido anteriormente.

Conca: o negócio da China
- Se atualmente, a seleção brasileira possui muitos atletas que jogam por aqui, não é porque o nosso futebol está forte e sim pelo fato de que o mercado europeu perdeu muito interesse em nossos jogadores de frente.

- O melhor jogador do último campeonato brasileiro foi Conca. Hoje, o argentino se encontra no longínquo futebol chinês e nenhum clube europeu jamais mostrou interesse pelo meia. 

É evidente que existem outros exemplos que eu poderia citar aqui, mas faria do post algo muito extenso.  Ficam só os casos mais sintomáticos que escancaram a fraqueza momentânea de nosso futebol perante o europeu.

Felipe Reis

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