quarta-feira, 28 de março de 2012

Um "Animal" em extinção

Edmundo é o décimo maior artilheiro do Vasco
Nesta quarta-feira, 28, Edmundo se despedirá oficialmente dos gramados. O adeus acontecerá em uma partida amistosa entre Vasco da Gama e Barcelona de Guaiaquil no Estádio São Januário às 19h30.

Falar desse ex-jogador fantástico é simples: foi um dos grandes personagens do futebol brasileiro nos últimos 20 anos. Com seu excepcional talento somado a personalidade extremamente difícil de lidar, o eterno camisa 10 vascaíno conseguiu exercer imensa influência em muitos torcedores. Afinal qual o homem de hoje em dia que não gritou "Au au au Edmundo é animal" lá atrás nos anos 1990 quando ainda era menino e jogava bola com os amigos de infância?

Infelizmente, suas polêmicas do lado de fora do campo lhe criaram dificuldades em certos momentos da carreira e isso com certeza impediu que sua trajetória fosse ainda mais vitoriosa e respeitada. Brigas com técnicos, acidentes automobilísticos, abandono do futebol europeu por causa da paixão pelo carnaval do Rio e insinuações sobre um suposto esquema da CBF com o fornecedor de material esportivo na época da Copa de 1998 são temas intimamente associados ao passado extracampo deste verdadeiro "Bad boy", que hoje, aos 40 anos e com sua chuteira aposentada desde 2008, anda muito mais manso.

E mesmo com tantas barreiras negativas que o próprio Edmundo colocou para si, o craque ainda teve tempo para se tornar ídolo em dois clubes tradicionais do país. Vasco e Palmeiras puderam desfrutar de seus dribles e inteligência e sob ajuda desses atributos do atacante levantaram três títulos nacionais (Palmeiras em 1993 e 1994 e Vasco em 1997). Sem contar a ótima fase no Corinthians, onde mesmo sem conquistar um troféu, obteve uma performance individual fora de série. Foram 22 gols em apenas seis meses de clube.

Outro exemplar dessa espécie de "animal" fatalmente não teremos. Ainda mais com o excesso de moralismo que a mídia tenta impor sobre os jogadores atuais. Com isso só podemos agradecer por ter existido um Edmundo e lembrar que ele foi um dos maiores jogadores brasileiros que a geração dos anos 1990 pôde testemunhar.

Felipe Reis

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