Seedorf e Forlán: duas estrelas em gramados pelo Brasil |
O meia holandês aterrisa no Brasil com um currículo que dispensa apresentações. Dono de um conhecimento fora do comum de tempo e espaço dentro de campo, Seedorf, já com 36 anos, é um veterano de guerra muito rodado e vencedor em todos os territórios que passou.
É o único jogador tetracampeão da Champions League por três equipes diferentes (Ajax 1995, Real Madrid 1998 e Milan 2003 e 2007). Em três dessas ocasiões, veio a se sagrar campeão mundial interclubes (1995, 1998 e 2007). Já com a seleção holandesa, o craque esteve em duas Copas do Mundo, 1998 e 2006.
Seedorf não é daqueles que vem ao Rio de Janeiro para tomar água de côco esperando o salário cair na sua conta enquanto engana a torcida com toques de lado e pouca movimentação. A entrave realmente será o preparo físico e não a motivação.
É bom que se saiba também que apesar do enorme talento, o ex-milanista não possui o perfil de chegar ao ataque e fazer muitos gols. Este atleta é um exímio carregador de piano, mas passa longe de ser um artilheiro. Se a torcida botafoguense espera por isso, se decepcionará!
Quanto a Diego Forlán, seu histórico profissional não deixa a desejar ao primeiro citado neste artigo. Melhor jogador do Mundial de seleções em 2010, o uruguaio é um dos ícones de ótimas campanhas da Celeste Olímpica em torneios pelas quais ela participou recentemente.
Porém, mesmo com esse status e duas chuteiras de ouro (2004/2005 e 2008/2009) conquistadas por artilharias em grandes ligas européias na bagagem, Diego chega a Porto Alegre sob olhares duvidosos devido ao mal desempenho decorrente de uma série de lesões em sua última temporada pela Inter de Milão.
Ainda que os dois contratados sejam de peso e principalmente, de outra nacionalidade, procuro sempre lembrar que não podemos ficar vivendo de atletas já em fase terminal de carreira. Por mais famosos e vitoriosos que sejam.
Outra observação a ser feita é que não é a questão técnica que está atraindo essa maré estrangeira para cá, e sim a financeira. Hoje todos tem a sabedoria que se paga muito bem por aqui.
E não que eu esteja sendo contra a vinda deles, mas enquanto nos preocuparmos mais com o nome e passado de um jogador na hora de uma aquisição, o futebol brasileiro só tende a regredir e não o contrário como muitos pensam.
Apesar disso, torço para que ambos tenham sucesso em suas instituições e que a competição nacional fique ainda mais disputada e melhor observada com a presença dos dois astros.
Felipe Reis
Nenhum comentário:
Postar um comentário