segunda-feira, 18 de março de 2013

Quando a teimosia é maior que a sabedoria

Rivaldo representando o Brasil na Copa de 2002
Devo confessar que nunca fui um fã declarado do futebol de Rivaldo nem quando ele decidia jogos pela seleção brasileira, Palmeiras ou Barcelona. Nem mesmo a premiação de melhor do mundo em 1999 me convenceu a gostar do estilo de jogo do meia-atacante.

Também não consigo engolir o fato de que o pernambucano foi brilhante naquela Copa de 2002. Já vi e revi, por várias vezes, todos os 7 jogos daquele torneio e não há 90 minutos especiais que me façam mudar de opinião ainda sabendo que compartilho esse achismo com poucos.

Rivaldo foi o melhor do mundo em 1999
Quando debato sobre alguns craques do passado com colegas meus e o nome do ex-presidente do Mogi-Mirim vem à tona, me incomoda o fato de não conseguir enxergar tanto talento num futebol que, por muito tempo, foi limitado a uma jogada repetitiva e cansativa.

Para o "fominha" Rivaldo, a combinação "corte para a direita e chute rasteiro no canto" era quase sempre a primeira opção.

Ronaldo que o diga!

Oliver Kahn teve que dar uma mãozinha e consertar o individualismo de seu companheiro para que o gol do Brasil saísse de seus pés naquela final contra a Alemanha.

No entanto, tenho que admitir que o escrito acima é apenas fruto de uma visão particular. Se formos colocar o seu aproveitamento em formato estatístico, veremos que o pentacampeão merece e precisa ser respeitado.

Vencedor e goleador por onde passou, Rivaldo também tem muitos méritos no que conquistou. Não é qualquer um que chega ao topo do mundo de forma individual e coletiva. Não é qualquer um que se torna artilheiro e campeão de Copa América. Não é qualquer um que é vice-artilheiro do campeonato espanhol por 3 vezes em 6 edições disputadas e duas vencidas. Não é qualquer um que estufa mais as redes numa edição de Champions League. Definitivamente, o cara não é qualquer um!

O problema é que seu fim de carreira está parecendo ao de um qualquer!

Rivaldo no SPFC: passagem frustrada
É até compreensível as passagens fracassadas por Milan e Cruzeiro logo após o título mundial na Ásia. Naquela época, o astro, já em franco declínio técnico, ainda tinha o direito de tentar e créditos suficientes para perder.

O que não tem cabimento é acompanhar um velho Rivaldo perambulando, de forma teimosa, por verdadeiros becos sombrios do mundo futebolístico e que quando se intromete a atuar em um nível técnico mais elevado, deixa um ar constrangedor.

Suas aventuras por Grécia, Uzbequistão e Angola, sua vergonhosa e curta trajetória recente pelo São Paulo e sua situação atual junto ao São Caetano - último lugar no Campeonato Paulista - certamente não são dignas de complementar um currículo que tem Copa do Mundo.

O que podemos fazer se Rivaldo quer assim? O único que pode encerrar sua missão dentro do esporte que lhe consagrou, é somente ele mesmo.

Cabe a nós, críticos ou fãs, alertá-lo sobre um eventual vexame desnecessário. E isso vem acontecendo.

Felipe Reis

Um comentário:

  1. Rivaldo não passou de um bom jogador em um momento excelente em 2002 que lhe deu status de craque que não é, inventado pela mídia. Nessa, eu não caio!

    Saudações!!!

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