terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Brasileiro sabe bem como contestar o incontestável


Falar de Lionel Messi, pelo menos aqui no meu blog, é algo repetitivo, e por isso muita gente brinca comigo falando que sou assessor de imprensa do argentino. Não sou, e se fosse, não me queixaria em nada. Certamente no futuro poderia contar aos meus filhos que trabalhei para o melhor jogador da Era Moderna (e possível maior de todos os tempos em breve).

Como nem Jesus Cristo foi unânime, ainda tenho que escutar a ignorância, de quem diz acompanhar futebol, de que o camisa 10 do Barcelona não é "tudo isso" por não ser o mesmo quando veste o traje da seleção de seu país.

Ora essa! As pessoas se deixam enganar por um bairrismo idiota e uma teimosia que só acabará quando o craque atuar bem em meia dúzia de partidas de Copa do Mundo. Ainda que seus adversários possam ser países de terceiro escalão no ranking da FIFA.

É nessa hora que cabe a seguinte pergunta: e se isso não acontecer, e daí? Muitos se apresentaram de maneira formidável em mundiais de seleções e nem por isso possuem metade do talento de El Pulga.

Um exemplo é o seu companheiro de clube, David Villa. Por sinal, um excelente atacante. Na Copa de 2010 o espanhol foi o artilheiro do torneio marcando 5 dos 8 gols da Fúria e de quebra saiu como campeão com ela. Na Eurocopa de 2008, o mesmo Villa foi o goleador da competição e também conquistou o título com seu selecionado. Isso faz dele superior a Messi? Absolutamente não!

O fato é que Lionel não tem mais o que provar e suas realizações até o momento dizem por mim. A outra verdade dura de aceitar é que o astro da Catalunha é uma máquina de jogar futebol e não segue o esteriótipo de "celebridade boleira" que muitos admiram e imitam por aqui.

Para quem ainda tem dúvidas sobre o argentino de apenas 24 anos, aqui vão alguns números e curiosidades sobre uma carreira que ainda nem chegou na metade (se Deus gosta de arte, ele deixará essa trajetória ser completa).

Ao observar os dados, notem que evitei colocar eleições sobre "melhor jogador" de um determinado campeonato ou ano, (pois isso é subjetivo para os críticos mais insistentes) e dei preferência em evidenciar apenas algumas obras concretas do gênio.

- Segundo maior artilheiro da história do Barcelona com 211 gols.
- Recordista de gols na Europa em uma só temporada com 53 gols.
-  3x consecutivas artilheiro da Champions League (2008-2009/2009-2010/2010-2011).
- Artilheiro do Campeonato Espanhol na temporada 2009/2010 com 34 gols.  
- Marcou gols em duas finais de Champions League. Em 2009 e 2011. Ambas contra o Manchester United.
- O primeiro jogador a marcar gols em duas finais de Mundial Interclubes. Em 2009 e 2011.
- Na Era Guardiola, Messi anotou gols em 9 de 11 finais que o Barcelona disputou. 
- Sexto maior artilheiro da história do clássico Barcelona x Real Madrid com 13 gols. Pelo lado catalão, Messi é o segundo maior goleador. 
- Artilheiro com o maior número de gols em uma edição da "nova" UEFA Champions League (antiga Copa dos clubes campeões europeus) com 12 gols ao lado de Ruud Van Nistelrooy.
- Segundo jogador da história a marcar gols em todos as competições que o Barcelona disputou em uma única temporada. Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Campeonato Espanhol, Copa do Rey, Champions League e Mundial Interclubes.
- Sétimo maior artilheiro da história da Champions League com 43 gols. 
- 2x melhor jogador da Final do Mundial Interclubes. Em 2009 e 2011. 
- Melhor jogador e artilheiro com 6 gols do Mundial sub-20 em 2005. 
- 2x eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. Em 2009 e 2011. Fatalmente mês que vêm, o craque receberá o prêmio pela terceira vez consecutiva. 

Falar de títulos coletivos? Não perderei meu tempo, pois sei que muitos leigos falarão que o astro só os consegue por atuar em um Barcelona recheado de estrelas do lado.

Deve haver um nome para isso na Psicologia e não sei dizer qual é, mas o fenômeno eu consigo explicar: quando surge um talento muito acima dos demais, as pessoas (principalmente nós brasileiros) teimam primeiramente em criticar seus oponentes para depois sim admitir sua genialidade. Foi assim com Mike Tyson, Michael Schumacher, Michael Jordan, Tiger Woods, Michael Phelps, Kelly Slater, Roger Federer, Rafael Nadal e agora é com Lionel Messi.

Felipe Reis

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