sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O bode expiatório que todos queriam ver


Torcida corintiana foi proibida de ver seu time no restante da Libertadores
E o Corinthians foi punido!

Punido por quem deveria realmente estar na posição de réu.

Não é de hoje que a CONMEBOL é pressionada a ser rígida em relação ao comportamento das torcidas sulamericanas em partidas envolvendo competições do continente.

Agora é tarde para lamentações e quem vai pagar o preço, alto por sinal, é o clube paulista.

Por consequência disso, milhões de torcedores honestos e trabalhadores, que compraram seus ingressos antecipadamente, não poderão assistir de perto o time do coração por causa de uma estupidez de meia dúzia de marginais que já era para estar longe dos estádios há muito tempo.

Em uma analogia, é o mesmo que tirar a carteira de motorista de todos os cidadãos de bem pelo fato de um irresponsável ter atropelado e matado alguém.

A ignorância e o clubismo por parte de muitos fazem com que a opinião pública seja irracional e diretamente a favor de uma punição ao atual campeão da Libertadores. A maioria deixa a vida perdida por um garoto de 14 anos de lado e põe seu ódio ao rival em primeiro lugar para protestar dizendo que a instituição merece o que há de pior em termos de sentença.

Grande bobagem!

Esse tipo de castigo em massa só trará ainda mais revolta a quem já tem predisposição para a maldade. O justo é sim punir exclusivamente aquele que cometeu o ato criminoso.

Não importa o que deve ser feito para chegar ao culpado no meio de centenas de pessoas. Cadastramento, fiscalizaçào humana, o próprio torcedor do lado apontando o erro do suposto agressor e câmeras de vigilância, provavelmente, seriam de extrema eficácia se fossem realizados de maneira organizada.

Pacaembu vazio: esse é o cenário para o Corinthians
Caso discorde do texto até o momento, o que seria normal, pois cada um tem a sua visão, faça a seguinte reflexão:

Primeiramente, imagine estar em uma apresentação de sua banda favorita em determinado recinto e, por uma briga qualquer, alguém mata outra pessoa neste local.

Agora responda se, por decorrência disso, seria correto o conjunto musical ser punido tendo que tocar em ambientes vazios ou você mesmo ser proibido de frequentar a outros shows por causa de um incidente causado, únicamente, por um delinquente que não conhece nenhuma música do artista em cima do palco.

Tenho certeza que sua resposta será negativa.

E antes que alguém diga que o regulamento já previa tal punição, adianto que o artigo escrito por este blogueiro não discute o que está nele e sim como deveria ser para evitar tragédias como a de Oruro.

Felipe Reis

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Meio século de Michael Jordan

Os 50 anos de um mito do esporte mundial
Hoje, dia 17 de fevereiro de 2013, é o 50°aniversário daquele que é considerado o melhor jogador de basquete de todos os tempos e um dos maiores atletas da história do esporte. 

Sim, Michael Jeffrey Jordan também envelhece!

É dolorido reconhecer essa regra da vida, ainda mais quando ela atinge um ídolo que marcou, de forma totalmente aguda, a sua infância. 

Não quero escrever aqui sobre o que o eterno camisa 23 do Chicago Bulls significou para o mundo. Isso, todos aqueles que são ligados no tema já sabem. O meu intuito é mencionar, de forma clara e direta, o que ele significou para mim.

É bem verdade que tudo o que eu falar de Michael Jordan será fundamentado na segunda parte de sua carreira, pois com meus 30 anos de idade, é a partir do começo dos anos 1990 que minha memória me permite lembrar do que este monstro sagrado realizou nas quadras. 

E felizmente foi nesse período que MJ se tornou vitorioso por sua franquia defendida e formou o inesquecível "Dream Team" que disputou os jogos olímpicos de Barcelona em 1992.

As lembranças de suas jogadas mágicas que resultaram em grandes conquistas ainda são frescas na minha mente. As 6 épicas finais diante de L.A. Lakers, Portland Trail Blazers, Phoenix Suns, Seattle Supersonics e Utah Jazz, no qual Jordan foi o MVP em todas elas, é que o fixou de forma definitiva como um dos meus heróis favoritos. E olha que minha racionalidade é exigente demais para elevar alguém a esse patamar.

Michael me dava a sensação de que poderia fazer o que quisesse no momento que bem entendesse. Era só estar em jogo e com a bola nas mãos, que a decisão de como e quanto seria o resultado passava a ser refém de seu livre arbitrio para reinar.

Cesta épica diante do Utah Jazz nas finais de 1997/1998
Aquele negro de excepcional porte físico foi tão genial em seus movimentos e carisma, que conseguiu fazer com que eu, um cidadão nascido no país das chuteiras nos pés, tivesse uma mini-cesta dentro do seu pequeno quarto apenas para tentar simular, em medidas de proporções bem inferiores, as suas jogadas realizadas com extremo sucesso.

Michael Jordan não foi o "Pelé" do Basquete. Michael Jordan foi simplesmente Michael Jordan. O maior e melhor em todos os tempos do esporte que praticava. Apequená-lo usando outra lenda como referência soa tão estranho para este blogueiro que vos escreve, como seria para a maioria dos brasileiros se ocorresse o contrário com o rei do futebol.

Por fim, só tenho que agradecer a Michael Jordan por ter feito parte e sido um dos grandes e poucos protagonistas da minha vida como telespectador esportivo e ao mesmo tempo lamentar por ele não possuir a juventude eterna em seu vasto repertório de poderes sobrenaturais.

Parabéns, Michael! Que você viva para sempre....

Felipe Reis

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Grêmio 2013: o lado negativo de um projeto positivo

Bom ambiente no vestiário será vital para o sucesso gremista em 2013
Quando não coloquei o Grêmio entre os principais favoritos ao título da Taça Libertadores da América desse ano (o palpite é encontrado no artigo "Quem vencerá em 2013?"),  não foi por menosprezo ao "supertime" que o tricolor está montando sob a tutela de Vanderlei Luxemburgo, mas sim por uma cautela da minha parte quanto ao poder de administrar vaidades que o experiente treinador terá a obrigação de possuir mais uma vez em sua carreira.

Não creio que André Santos, Elano, Vargas, Barcos e Kléber Gladiador sejam jogadores fáceis de lidar caso amarguem o banco de reservas por muitos jogos seguidos. Por outro lado, para quem já comandou (com inúmeros problemas) atletas ainda mais geniosos, e também geniais, como Edílson, Edmundo, Marcelinho Carioca, Romário, Ronaldo e Raúl, a tarefa de massagear egos pode parecer tranquila dessa vez.

Além desses possíveis obstáculos internos, a equipe gremista precisará se adaptar ao ambiente de sua nova casa. A Arena, por mais que seja uma bela e cômoda moradia para o clube gaúcho, também transmitirá a sensação de novidade até mesmo ao time mandante.

No entanto, se o bicampeão da Libertadores conseguir passar por cima dessas duas principais barreiras, certamente completará o grupo dos favoritíssimos ao título da competição continental.

Resta saber qual Grêmio nós veremos durante o ano. Aquele que juntará, com sucesso, uma constelação de bons valores experientes ou um reduto de vaidosos que deixarão de lado o bem coletivo em troca do reconhecimento individual.

Felipe Reis