sábado, 24 de outubro de 2009

O "bandido" amado e o mocinho "odiado"


Marcos e Rogério Ceni: mitos em diferentes situações
Rogério Ceni e Marcos tem muita coisa em comum: ambos possuem a mesma idade (36 anos), são considerados ídolos pelas suas torcidas, vistos como referências entre seus colegas de elenco, vencedores e de histórias bastante semelhantes dentro de seus respectivos clubes (eram reservas e se tornaram titulares há mais de uma década). No entanto, os dois interpretam papéis diferentes, quando o assunto é carisma com as torcidas rivais.

O goleiro tricolor possui um caráter íntegro, é extremamente profissional, educado, inteligente e se alguém ousar falar de sua carreira, irá escutar que ele já ganhou todos os títulos possíveis e imagináveis dentro do São Paulo. Sem contar o recorde mundial que obtém: o de gols feitos. São 85 tentos assinalados, sendo 49 de falta e 36 de penalty.

Só que nem mesmo tantas qualidades em um único atleta fazem de Rogério um jogador querido entre os torcedores adversários. Isso tanto pode se dever ao fato de algumas respostas dele não terem sido muito bem digeridas pela imprensa quando ousaram questionar seu trabalho, como também, simplesmente, uma questão de carisma.

Tratando-se disso, Marcos tem de sobra. O Goleiro palmeirense esbanja simpatia em cada entrevista que se dispõe a conceder até mesmo em situações adversas como uma derrota do seu time ou alguma eventual má fase, seja ela por questão técnica ou fisica. O "São Marcos", como é clamado pelos palmeirenses, é aquilo que nós chamamos de um "livro aberto". Sempre com muitas histórias para contar sem segredos a esconder.

Devido à essa personalidade transparente, o goleiro titular no penta de 2002 consegue alcançar um fenômeno que poucos jogadores até hoje atingiram: ser adorado e respeitado também pelos "inimigos". Não há quem fale mal dele, mesmo quando sai esbravejando e xingando tudo o que vê pela frente ou falha em algum gol sofrido pelo Palmeiras. Por saber improvisar nas palavras saindo da mesmice de sempre e manter uma ótima relação com jornalistas, Marcos é no momento, um símbolo de carisma e idolatria no futebol brasileiro.

Diferenças e semelhanças entre eles de lado, admito que eu, mesmo sendo corintiano assumido, sentirei falta quando esses dois goleiros e excepcionais atletas forem pendurar as chuteiras. Infelizmente, o futebol está mais carente do que nunca de jogadores que dão a alma por seus clubes de coração e que deixam para trás o "famoso" profissionalismo que muitos alegam quando mudam de um rival para o outro.

Felipe Reis

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