quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Gigantes pela própria natureza
Eu estava pensando esses dias nos ídolos que tiveram suas carreiras prejudicadas por lesões durante algum campeonato importante, erros próprios como prisões ou suspensões por dopping e também interrompidas por fatalidades, mas que nem assim deixaram de se tornar lendas dentro do esporte. Vou citar alguns aqui:
Mike Tyson - O demolidor dos ringues nos anos 80 até hoje é considerado um mito no Boxe, porém sua carreira foi manchada pela prisão que lhe foi concedida em 1992 após ser acusado de estupro. Depois de cumprir metade da pena de 6 anos por boa conduta, Tyson voltou aos combates, mas sua forma nunca mais foi a mesma.
Ayrton Senna - O excepcional piloto de fórmula 1, ainda visto por muitos como um dos maiores pilotos de todos os tempos, teve sua carreira obstruída por um acidente fatal que lhe tirou a vida aos 35 anos. Mesmo com idade avançada, acreditava-se que Senna poderia ganhar mais um ou dois títulos mundiais, já que era seu primeiro ano de Williams, a melhor equipe da época até então.
Magic Johnson - Lenda do basquete mundial e cinco vezes campeão da NBA, Magic teve sua carreira abreviada por descobrir ser portador do vírus HIV em 1991 com apenas 32 anos de idade. Ainda assim nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 92, o eterno camisa 32 dos Lakers brilhou com o Dream Team norte-americano em sua última aparição oficial nas quadras.
Gustavo Kuerten - Tri-campeão de Roland Garros, o manézinho da ilha teve sua trajetória atrapalhada pela contusão no quadril que não lhe deixava jogar com a mesma eficiência de seus bons tempos. Por não conseguir achar um tratamento ideal para a lesão após inúmeras tentativas, Kuerten se viu obrigado a deixar o tênis com apenas 31 anos de idade.
Martina Hingis - Quando surgiu nas quadras de tênis em 1994 com apenas 14 anos, a então jovem suiça assombrou os adversários com seu talento precoce. Aos 16, Martina já era a número 1 do mundo, conseguindo manter essa posição até os 20. Estranhamente, aos 22 anos, a tenista resolve abandonar o esporte alegando seguidas contusões no tornozelo e não ter disposição para tentar curá-las. Em 2007, já com 26 anos, Hingis tentou um retorno, mas que novamente foi interrompido por um exame antidopping, no qual acusou uso de cocaína. A jogadora negou o veredito, mas se declarou sem motivação para se defender da pena imposta e resolveu por fim em sua brilhante trajetória.
Monica Selles - Considerada uma das maiores tenistas dos anos 90, a sérvia estava no auge e dominando o cenário mundial quando foi vítima de um esfaqueamento por um fanático torcedor da alemã Stefi Grafi, sua principal rival na época. Após o incidente em 1993, Monica sofreu de depressão e bulimia, o que atrasou seu retorno às quadras. Ainda chegou a vencer o Aberto da Austrália em 1996, mas nunca mais conseguiu jogar no mesmo nível.
Ronaldo - Que Ronaldo é um grande atacante, ninguém duvida. Embora eu não seja um grande fã do jogador, devo admitir que suas três operações no joelho possam tê-lo deixado bem além do que seria capaz. Hoje o fenômeno ainda brilha nos gramados, mas vem sempre lutando contra a balança e também seguidas contusões musculares possivelmente decorrentes dessas sérias lesões.
Romário - O herói do tetra em 94 poderia ser ainda maior se não fosse o estranho corte em 1998 e o "não" à sua convocação imposto por Felipão para a copa de 2002. O treinador o acusou de um ato indisciplinar, no qual o gênio da grande área jura inocência. Ninguém lembra que Romário fez parte também da pífia seleção de 1990, mas contundido, foi pouco utilizado por Lazaroni. Eu arriscaria dizer que se o eterno camisa 11 da seleção estivesse bem em 90 e 98, o Brasil teria um final bem mais feliz nas copas desses respectivos anos.
Pelé - É até estranho citar o rei do futebol nesse artigo, já que o atleta do século ganhou todos os títulos possíveis e imagináveis dentro de uma carreira primorosa. No entanto, Pelé poderia ter tido melhor sorte na Copa de 66, quando disputou a competição machucado e não conseguiu levar a seleção ao título. Com certeza, com ele inteiro, o desfecho do torneio seria outro.
Maradona - O mito argentino poderia ter tido uma trajetória de sucesso ainda maior do que obteve em 21 anos dentro de campo. Seus constantes atos de indisciplina e suspensões por dopping o impediram de ser também um exemplo para todos aqueles que o admiravam, além de cortá-lo de uma copa (1994 nos EUA), onde a argentina era uma das favoritas por conta justamente de sua presença.
Ian Thorpe - Detentor de 9 medalhas olímpicas (5 de ouro, 3 de prata e 1 de bronze), o torpedo australiano resolveu se aposentar com apenas 24 anos, alegando desgaste pelo ritmo cruel de treinos. Outro fator que o impediu de continuar nadando foi a motivação para se recuperar de alguns contratempos como uma fratura na mão, uma febre glandular e bronquite.
Felipe Reis
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